“A Nova Ferroeste é mais do que uma obra de Estado, é de Nação”, afirma Zucchi 19/04/2022 - 15:12

O secretário do Desenvolvimento Urbano e de Obras Públicas (SEDU), Augustinho Zucchi, participou da Reunião da GTFerrovias sobre a Integração do Ramal Cascavel / Chapecó, com a Nova Ferroeste. O encontro se deu na manhã desta terça-feira, 19, na Sala de Situação da Secretaria de Planejamento e Projetos Estruturantes, no Palácio das Araucárias, onde estavam presentes representantes do setor dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “Esta é mais do que uma obra de Estado, é uma obra de Nação, porque beneficia todo o País”, enfatizou Zucchi em sua fala.

Da pauta do encontro constavam também o traçado, estudo de demanda e processo de doação do projeto ao Estado do Paraná. Além dos representantes dos três Estados do Sul, estavam presentes secretários de Estado e representantes de Federações e de Associações da Indústria. O secretário da Agricultura, Norberto Ortigara fez uma longa explanação sobre as vantagens que serão obtidas com a realização dos 1.304 km dessa “Ferrovia Verde”, cuja primeira Audiência Pública será em 16 de maio, em Dourados, no Mato Grosso do Sul.

O objetivo é incorporar o trecho ao projeto original da Nova Ferroeste, que vai ligar por trilhos Maracaju (MS) ao Porto de Paranaguá. O outro ramal já confirmado é entre Cascavel e Foz do Iguaçu.

CONEXÃO - De acordo com o levantamento, ainda em caráter preliminar, a linha interestadual entre Paraná e Santa Catarina terá uma extensão total de 263 quilômetros. Para essa conexão são necessários 18 túneis e 31 obras de artes especiais (viadutos e pontes), com capacidade de carregamento de 32,5 toneladas por eixo. A velocidade máxima autorizada de operação será de 80 km/h. O investimento previsto, o chamado Capex, é de R$ 6,8 bilhões.

O estudo custou R$ 750 mil e foi doado ao grupo de trabalho paranaense por diferentes representantes do setor produtivo de Santa Catarina, liderados pela Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC Chapecó). A projeção avança agora para uma segunda fase, com a avaliação do impacto financeiro.

“Fomos instados a participar deste projeto, não havia como Santa Catarina ficar de fora. Agora estamos correndo contra o tempo para avançar no projeto. Estamos falando de uma região com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 55 bilhões, com um agronegócio extremamente forte”, disse o presidente da ACIC Chapecó, Lenoir Broch.

O coordenador do Plano Ferroviário do Paraná, Luiz Henrique Fagundes, lembrou que o trecho com Chapecó já recebeu autorização do Ministério da Infraestrutura, dentro do programa Pró-Trilhos. "É um ramal importante para o Paraná e que dá novo corpo ao projeto da Nova Ferroeste. Estamos animados com essa conexão porque abre uma nova possibilidade para investimentos nos dois Estados", disse.

CONTRATAÇÃO DE ESTUDO - Durante a reunião, integrantes do setor produtivo do Rio Grande do Sul entregaram uma carta sinalizando a contratação de um estudo de demanda do traçado entre Passo Fundo (RS) e Chapecó, conectado ao novo trecho, a ser realizado nos próximos meses. O estado compra 3,5 milhões de toneladas de milho por ano, a maior parte do Mato Grosso do Sul.

“Estamos falando de um projeto de desenvolvimento econômico e social, por isso queremos levar Passo Fundo até Chapecó, e consequentemente ao Paraná. Essa carência na infraestrutura de transportes é comum aos três Estados da Região Sul do País, o que essa proposta da Nova Ferroeste vem corrigir”, afirmou o coordenador técnico e gerente de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilmar Caregnatto.

NOVA FERROESTE – A Nova Ferroeste é um Projeto do Governo do Paraná que vai ligar o Porto de Paranaguá a Maracaju, no Mato Grosso do Sul, por trilhos. Ao todo serão 1.304 quilômetros, que vão cortar o Oeste do Paraná, celeiro da produção de grãos do País. Além da linha em estudo até Chapecó, há previsão da construção de um ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu que vai permitir a captação de carga do Paraguai e da Argentina.

O projeto já nasce como o segundo maior corredor de grãos e contêineres refrigerados do País, o que deve transformar o Paraná num hub logístico da América do Sul por atrair parte da produção de países vizinhos como a Argentina e o Paraguai. Se estivesse em operação hoje, a ferrovia poderia transportar cerca de 38 milhões de toneladas de produtos, 26 milhões de toneladas seguiriam diretamente para o Porto de Paranaguá.

A proposta está em processo de obtenção da Licença Prévia Ambiental junto ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). As audiências públicas devem ter início em maio. O projeto deve ir a leilão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) no segundo semestre. O investimento é de R$ 29,4 bilhões. A empresa ou consórcio vencedor fará a obra e poderá explorar a ferrovia por 70 anos. Os ramais são parte do edital de concessão.

UNIÃO NACIONAL - “Estamos falando de uma das principais artérias logísticas do País, uma ferrovia da integração e da união nacional”, destacou o diretor da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Arene Trevisan. “O caminho é longo, mas essa ferrovia vai fazer com que o agronegócio paranaense avance muito, transformando o Estado de fato no supermercado do mundo”, completou o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara.

Considerado o maior e melhor Projeto de Infraestrutura do País, a Nova Ferroeste é vista como a Solução Logística Sustentável de 2050. “Vamos resolver a conta pública do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e do País”, destacou o presidente da GTFerrovias, Luiz Fagundes.

A obra integrará o País, em especial, no setor de frete da produção nacional. “Temos de trabalhar juntos, com a força dos governadores, como faz Ratinho Junior, na luta pela meta a ser atingida”, argumentou Zucchi.

PRESENÇAS – Também participaram da reunião o diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves; o diretor-presidente da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), Gilson Santos; o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos; o diretor-regional da TPF, André Jabir; além de assessores e técnicos do Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário.

(C/ AEN)

 

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